ARQUEOLOGIA IBEROAMERICANA - ISSN 1989-4104
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Análise arqueométrica de pinturas rupestres pré-históricas do sítio Tamboril, Barras, Piauí, Brasil

Luis Carlos Duarte Cavalcante, Sônia Maria Campelo Magalhães,
Ennyo Lurrik Sousa da Silva, Heralda Kelis Sousa Bezerra da Silva
Universidade Federal do Piauí, Brasil


Resumo
O sítio arqueológico Tamboril, localizado na área rural do município de Barras, estado do Piauí, Brasil, é um bloco arenítico que apresenta um nicho decorado com pinturas rupestres, principalmente grafismos puros, motivos zoomórficos e carimbos de mãos humanas, pintados em diferentes tonalidades de vermelho. A conservação das pinturas é afetada por eflorescências salinas, resíduos decorrentes da atividade de insetos (como cupins e vespas) e impacto humano (visitação sem acompanhamento de guias e atividade agrícola nas proximidades). A análise arqueométrica de pigmentos dessas pinturas rupestres foi realizada no laboratório com fluorescência de raios X por dispersão de energia e espectroscopia Mössbauer do 57Fe em geometria de retroespalhamento de raios γ à temperatura ambiente. Os teores de Fe (como Fe2O3) encontrados nas pinturas variam de 2,953(1) massa% a 17,23(1) massa%. Os parâmetros hiperfinos Mössbauer revelaram que o pigmento vermelho-escuro das pinturas rupestres é composto de hematita (αFe2O3) e de um Fe3+ (super)paramagnético. Os teores de P (como P2O5) variam de 21,70(1) massa% a 25,92(1) massa% e foram atribuídos às eflorescências salinas e aos resíduos orgânicos de atividades de insetos que cobrem as inscrições pré-históricas.

Palavras-chave
Pinturas rupestres, espectroscopia Mössbauer, arqueometria, Tamboril, Barras.

Fechas
Recibido: 23-2-2016. Aceptado: 25-2-2016. Publicado: 3-3-2016.

Como citar
Duarte Cavalcante, L. C., S. M. Campelo Magalhães, E. Lurrik Sousa da Silva, H. K. Sousa Bezerra da Silva. 2016. Análise arqueométrica de pinturas rupestres pré-históricas do sítio Tamboril, Barras, Piauí, Brasil. Arqueología Iberoamericana 29: 44-49.
URL: http://laiesken.net/arqueologia/archivo/2016/29/7. PURL: http://purl.org/aia/297.

Sobre os autores
Luis Carlos Duarte Cavalcante é professor e pesquisador da Graduação e do Mestrado em Arqueologia da UFPI. É doutor em Ciências (Química), com tese em arqueometria, pela Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil; atualmente faz pós-doutorado na UFMG. E-mail: cavalcanteufpi@yahoo.com.br.
Sônia Maria Campelo Magalhães é professora e pesquisadora da Graduação e do Mestrado em Arqueologia da UFPI. É doutora em História pela Universidade Federal Fluminense, Brasil. E-mail: campelosonia2@hotmail.com.
Ennyo Lurrik Sousa da Silva é Bacharel em Arqueologia e aluno do Mestrado em Arqueologia pela UFPI, Brasil.
Heralda Kelis Sousa Bezerra da Silva é Bacharel em Arqueologia e aluna do Mestrado em Arqueologia pela UFPI, Brasil.

Referências

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